sábado, 30 de agosto de 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Autonomia raptada

"Vivíamos numa terra onde a pobreza era imensa e as desigualdades sociais enormes, onde os factores do desenvolvimento eram asfixiados pela burocracia, o desprezo e o abandono do Estado. E, claro, onde não havia liberdade política, como não havia no resto país.
Quando o poder estava longe, muito longe, queixávamo-nos, lamentávamo-nos e manifestávamo-nos na medida do possível contra essa distância que alimentava a nossa impotência. O poder estava tão longe que parecia uma abstracção, uma miragem inacessível.
Hoje, o poder está perto, demasiado perto, intromete-se em tudo, decide de tudo e mais alguma coisa, passou-se do 8 para o 88 no espaço de trinta anos.
O centralismo do Terreiro do Paço foi substituído pelo centralismo da Quinta Vigia (aliás, Quinta das Angústias - pois o senhorio até muda os nomes às quintas e prefere vigiar a sentir-se angustiado).
Já não há senhorios nem colonos nas terras - há um único senhorio sobre a terra. Nada se faz na Madeira sem o beneplácito desse senhorio absoluto, cujo partido controla todos os orgãos de poder. Não há poder local nem poderes particulares que possam contrariá-lo ou escapar aos seus desígnios, ou que disponham de autonomia de qualquer espécie. A autonomia significa, hoje, a centralização de todos os poderes num homem só."
Vicente Jorge Silva

in

A Madeira na história: escritos sobre a pré-autonomia/ António Loja... [et. al.] ; coord. João Abel de Freitas. - Lisboa: Âncora, 2008. - 312 p. ; 23 cm. - (Ágora)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Silly season!

Relato de um homem que depilou os tintins:
Estava eu a ver TV numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada para fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando a minha esposa se deitou ao meu lado e começou a brincar com minhas 'partes'. Após alguns minutos ela teve a seguinte ideia:- Por que é que não me deixas depilar os teus 'ovinhos', pois assim eu poderia fazer 'outras coisas' com eles. Aquela frase foi igual a um sino na minha cabeça. Por alguns segundos imaginei o que seriam 'outras coisas'. Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu a imaginar as 'outras coisas', não tive argumentos para negar e concordei. Ela pediu-me que me pusesse nu enquanto ia buscar os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei a ver TV, porém a minha imaginação vagueava pelas novas sensações que sentiria e só despertei quando ouvi o beep do microondas. Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei estranhos aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de 'dona da situação' que deixaria qualquer médico urologista sentir-se um principiante. Fiquei tranquilo e autorizei o restante processo. Pediu-me para que eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e libertasse o aceso à zona do tomatal. Pegou nos meus ovinhos como quem pega em duas bolinhas de porcelana e começou a espalhar a cera morna. Achei aquela sensação maravilhosa! O Sr. 'tolas' já estava todo 'pimpão' como quem diz: 'Sou o próximo da fila!' Pelo início, imaginei quais seriam as 'outras coisas' que aí viriam. Após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou-os no plástico com tanto cuidado que eu achei que ia levá-los de viagem. Tentei imaginar onde é que ela teria aprendido essa técnica de prazer: Na Tailândia, na China ou pela Internet? Porém, alguns segundos depois ela esticou o 'saquinho' para um lado e deu um puxão repentino. Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro ' A PUUUUTA QUEEEE TE PARIUUUUUUU', quase gritado letra por letra. Olhei para o plástico para ver se a pele do meu tin-tin não tinha vindo agarrada. Ela disse-me que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava repetir o processo. Respondi prontamente: Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade! Segurei o Sr. Esquerdo e o Sr. Direito nas minhas respectivas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazónica em extinção, e fui para a banheira. Sentia o coração bater nas 'pendurezas'. Abri o chuveiro e foi a primeira vez na minha vida que molhei a salada antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos deixando a água gelada escorrer pelo meu corpo. Saí do banho, mas nestes momentos de dor qualquer homem se torna num bebezinho: faz merda atrás de merda. Peguei no meu gel pós barba com camomila 'que acalma a pele', besuntei as mãos e passei nos 'tomates'. Foi como se tivesse passado molho de piri-piri. Sentei-me no bidé na posição de 'lavagem checa' e deixei a água acalmar os ditos. Peguei na toalha de rosto e abanei os 'ditos' como quem abana um pugilista após o 10° round. Olhei para meu 'júnior', coitado, tão alegrezinho uns minutos atrás, e agora estava tão pequeno que mais parecia o irmão gémeo de meu umbigo. Nesse momento a minha esposa bate à porta da casa de banho e perguntou-me se eu estava bem. Aquela voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual a uma gralha. Saí da casa de banho e voltei para o quarto. Ela argumentava que os pentelhos tinham saído pelas raízes,que demorariam a voltar a crescer. Pela espessura da pele do meu tin-tin, aqui não vai nascer nem sequer uma penugem, disse-lhe. Ela pediu-me para ver como estavam. Eu disse-lhe para olhar mas com meio metro de intervalo e sem tocar em nada, acrescentando que se lhe der para rir ainda vai levar PORRADA!! Vesti a t-shirt e fui dormir, sem cuecas. Naquele momento sexo para mim nem para perpetuar a espécie humana. No outro dia de manhã, arranjei-me para ir trabalhar. Os 'ovos' estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca d'antes soprados. Tentei vestir as boxers, mas nada feito. Procurei algumas mais macias e nada. Vesti as calças mais largas que tenho e fui trabalhar sem nada por baixo. Entrei na minha secção com uma andar igual ao de um cowboy cagado. Disse bom dia a todos, mas sem os olhar nos olhos, e passei o dia inteiro trabalhando de pé, com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície. Resultado, certas coisas só devem ser feitas pelas mulheres. Não adianta nada tentar misturar os universos masculino e feminino.

_________________Ricardo Seromenho

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Os "verdadeiros" dez mandamentos!

do Filósofo Kent Keith

1. As pessoas são ilógicas, nada razoáveis e egocêntricas. Amemo-las, mesmo assim.

2. Se fizermos o bem, podem acusar-nos de motivações egoístas. Façamos o bem, mesmo assim.

3. Se formos bem sucedidos, ganharemos falsos amigos e verdadeiros inimigos. Sejamos bem sucedidos, mesmo assim.

4. O bem que fizermos hoje será esquecido amanhã. Façamos o bem, mesmo assim.

5. A honestidade e a franqueza tornam-nos vulneráveis. Sejamos francos e honestos, mesmo assim.

6. Os grandes homens e as grandes mulheres, com as melhores ideias, podem ser derrubados pelos mais pequenos, com as perspectivas de vida mesquinhas. Sejamos ambiciosos, mesmo assim.

7. As pessoas protegem os oprimidos, mas apenas seguem os poderosos. Lutemos pelos oprimidos, mesmo assim.

8. Aquilo que levámos anos a construir pode ser destruído num ápice. Continuemos a construir, mesmo assim.

9. As pessoas precisem realmente de ajuda, mas poderão voltar-se contra nós se as ajudarmos. Ajudemo-las, mesmo assim.

10. Se dermos ao mundo o nosso melhor haverá pessoas que nos desejarão mal. Dêmos ao mundo o nosso melhor, mesmo assim.

domingo, 3 de agosto de 2008

Ficção!?

In http://rouxinoldebernardim.blogspot.com/


Sunday, August 03, 2008

Diálogo verosímíl!

«Impossível! impossível! tudo mentira! tudo mentira!»

- Está lá?!

__Sim, faça favor!...

__É o dr Papadas?

__O próprio. Faça o favor de dizer.

_Temos aqui na esquadra uma senhora que o acusa de violação!

__ Deve ser uma louca! Não lhe liguem...

__Mas ela ameaça processá-lo!

__Já lhes disse, é uma louca, só uma louca pode dizer isso de mim!

__Diz que tem sido alvo de violações, ultrajes ao pudor, intimidações, ataques à sua honra e bom nome...

__Não pode ser. Eu nunca fiz mal a ninguém. Estou inocente. Isso é um golpe baixo!

__Mas ela tem provas!

_Estou-me borrifando para as provas. Eu sou incapaz de fazer mal a uma mosca, quanto mais a uma rapariga! Ela ainda é menor?

__Ela tem 34 anos. Diz que se chama Democracia. Diz que é madeirense!


posted by rouxinol de Bernardim | 8:34 AM