sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A greve geral e a solidariedade inter-classicista

A tabela dos "cortes".


A CGTP e UGT vão unir-se numa greve geral. Caso esta greve tenha uma adesão superior a 60% que conclusões devemos tirar:


1º - Em Portugal há uma especial solidariedade inter-classicista?;

2º - A maior parte dos funcionários públicos recebe um salário base superior a 1.550 euros?

3º - Os funcionários públicos com salário base superior a 1.550 euros tem uma especial capacidade de manipular a opinião pública?

4º - Os funcionários públicos com salário inferior a 1.550 euros também desejam contribuir para a estabilização das finanças públicas?

5º - O ser humano é facilmente manipulável mesmo contra os seus próprios interesses pessoais?


Já há muito que não acredito em greves. De qualquer forma será interessante constatar que as maiores adesões virão daqueles que não sofrerão qualquer corte, os funcionários públicos que usufruem de ordenados base inferiores aos 1.550 euros. Talvez empunhando cartazes com o slogan "Os ricos que paguem a crise"!

Há muito que estas medidas eram previsíveis e certamente que não ficarão por aqui... Como costumo dizer: Portugal e a Madeira comprometeram em duas décadas as próximas quatro.

Os políticos não têm coragem e a democracia não permite que sobrevivam às políticas económicas que seria necessário tomar pelo que a "única salvação" estaria numa onda de hiper-inflação duradoura que tornasse a nossa dívida pública e privada comparativamente "baixa". A hiper-inflação baixa salários sem que o poder político tenha que os baixar. No entanto, porque esta crise é global o mais provável é a deflação que só não acontece porque os bancos centrais andam a emitir moeda para financiar os elevados défices públicos (o que seria inflacionista) acabando por se criar uma situação de equilíbrio no que diz respeito à inflação e à deflação.



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