Praia do Garajau
Data: 26-04-2007
De acordo com o artigo publicado segunda-feira, 23 de Abril de 2007, sobre a zona balnear do Garajau, resta-me comentar que não foi de todo as cinzas a causa de tal desastre.Foi há exactamente nove anos, dois meses e 19 dias que a praia do Garajau foi invadida por um monte de terra, consequência da obra de uma habitação, naturalmente autorizada pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, a qual se situava mesmo em cima da Ribeira, explicando assim como todo aquele lameiro tomou conta das habitações. Nesse mesmo dia, o Sr. Presidente mandou evacuar todas as pessoas que lá se encontravam, e por ironia do destino, numa noite em que todos sabiam que não se encontrava ninguém nas habitações da Praia, atearam fogo àquela que era a mais bonita praia da Madeira!! Foi declarado que era impossível a reconstrução das casas, pois mais de 50% das habitações estavam destruídas! E nem um tecto se deram às pessoas que viviam apenas daquela praia!! Você acha mesmo que foi uma ironia do destino?! Já há muito tempo que estavam tentando com que os habitantes da Praia fossem de lá retirados para que neste espaço pudesse ser construída uma zona balnear!! Após 9 anos cá está ela!! Uma boa obra, não digo o contrário! Mas que beleza ela tem?! Um teleférico?! Compare-a quando a praia tinha as barracas! Não há comparação possível, e talvez para si esteja melhor assim, mas a dor é que comanda o coração das pessoas que nela habitavam, e nós temos esperança que toda a verdade sobre a praia do Garajau seja revelada, pois afeiçoamo-nos à vida que nela construímos e à infância que nela deixamos.
Um comentário:
O PLÁGIO “VICENTINO”
Escrever opinião não é profissão. Actividade normalmente não remunerada, deveria ser, acima de tudo, um exercício de cidadania, um espaço de reflexão e debate. Para uns poderá ser trampolim para “voos partidários”, para outros será mera arma de arremesso; por vezes não é mais que mero panfleto, outras um exercício narcisista de sapiência. Acima de tudo, é uma responsabilidade enorme, pois quem escreve deve presumir que vai ser lido, e quem o faz com alguma regularidade espera contar com muitos leitores ocasionais, e pelo menos com alguns habituais...Sem ter a pretensão de conseguir mudar o Mundo, é secreta esperança do articulista lograr contribuir com algo de útil para o eventual leitor, nem que seja ao conquistar-lhe uma secreta aquiescência ou um escasso sorriso, ou por antítese, entristecê-lo, provocá-lo, abaná-lo, porventura enraivecê-lo...Em suma, tudo o que permita sacudir os nossos concidadãos, afastando-os temporariamente do miserabilismo conformista que teima em assolar a nação. Assim sendo, a honestidade é fundamental...
Vem isto a propósito do lamentável episódio do plágio de Roberto Rodrigues a Vital Moreira e a Vicente Jorge Silva. Pondo de parte a tese do “plágio involuntário”( que Rui Gomes da Silva não desdenharia subscrever), sobressaem deste imbróglio alguns pontos dignos de nota:
1 – Foi francamente penosa a tentativa de reverter a acusação de plágio. A mera sugestão de que Vicente e Vital se teriam apropriado de textos elocubrados por Rodrigues só poderia ser considerada ao nível da anedota, e a lastimável Carta de Leitor em que tal hipótese foi aventada constituiu prova cabal de que só por intervenção divina teria sido o mesmo indivíduo a redigir ambos os textos, em utilizações tão divergentes do nosso código linguístico comum...
2 – Como sempre, foi excessiva e acintosa a reacção de Vicente. Imbuído da sanha anti-tudo-e-todos que o caracteriza, puxou dos seus desnorteados galões para iniciar mais uma cruzada, cuspindo venenosos disparates em todas as direcções, atingindo mesmo o próprio DIÁRIO, que se limitou a averiguar, constatar, condenar e dispensar. Logo, mais um tiro falhado do “ Vil Vicente”...
3 – Como oportunamente referiu o jornalista Ricardo Miguel Oliveira, muito mal andam as referências ideológicas da nossa direita, quando se vê obrigada a socorrer-se de textos de duas figuras conotadas com a esquerda...E logo quem?: Vital Moreira, ex-comunista, reputado e ilustre constitucionalista (soa bem para quem não conhece a Constituição da República Portuguesa e os seus enviesados labirintos marxistas) e acima de tudo um declarado inimigo das Autonomias, que não hesita em verberar cada passo que damos rumo ao desenvolvimento, como se tivesse sido ele e a sua pandilha esquerdóide a pagar a factura...e o inefável Vicente, paladino e renegado de todas as causas, “entertainer” dos sete instrumentos, ex-director de jornal, ex-deputado, ex-jornalista, ex-cineasta medíocre, ex-ecrável inimigo dos seus conterrâneos, que já apodou de intelectualmente inferiores pelas opções políticas que democraticamente têm vindo sucessivamente a sufragar...Ah, e inventou o odioso anátema da “Geração Rasca”, que provavelmente será a única gravação a constar do seu epitáfio...
4 – Resultados-o plagiador foi forçado a encostar às “boxes” e provavelmente liquidou precocemente uma hipotética carreira política = derrota; o plagiado ressabiado ganhou mais um troféu = vitória de Pirro (vai continuar prisioneiro do seu imenso ego); DIÁRIO – deu mais uma lição de isenção e equidade = goleada; universo dos leitores = divertido fait-divers, a render saborosas gargalhadas, antecipando o amargo de boca de ter de escolher entre dois clones, Santana e Sócrates...um deles vai prolongar o Carnaval por quatro longos anos...mas parece que já ninguém leva a mal...
Publicado por Raul Ribeiro às janeiro 21, 2005 10:57 PM
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