sábado, 18 de agosto de 2007

Eleições antecipadas: prognóstico

BarreteDeOrelhas said... in http://dependedasopiniaes.blogspot.com/

25/2/07 01:04


Antes de mais quero congratular-te pelo post. É das melhores coisas que li ultimamente, e não estou a falar unicamente da blogosfera, mas de todo o universo da comunicação. Fico com um certo brilho nos olhos só de pensar que um texto desta qualidade está escrito num espaço que ajudei a criar... e isto apesar de não concordar totalmente com o que está escrito. Passando à questão em si: se calhar sofro de um pouco de pragmatismo excessivo, e se calhar não tenho assim tanta fé na democracia, pois este assunto não me causa revolta (se calhar com alguma pena minha). Sejamos então pragmáticos: quem tem mais votos ganha, quem ganha governa, e parafraseando Churchill, "cada povo tem a classe politica que merece"...Ora se o senhor ganha eleições, isso quer dizer que a maioria gosta dele. Alguém me disse: mas democracia é também o respeito pelas minorias... e aqui surge o meu problema, resultado da minha abordagem pragmática da democracia: a democracia é a ditadura da maioria, e o respeito pelas minorias é um princípio, não uma obrigação. Sou obrigado a vislumbrar a democracia não como um conjunto de valores e principios, mas como um mero sistema polítco, como qualquer outro. Caso Machico e Porto Santo coninuassem a ser de outra cor partidaria, nada impedia o poder regional central de continuar a ostracizar a oposição e ganhar eleições. Se o senhor quer demitir-se, despir-se, cantar ou rebolar, cabe aos eleitores avaliar o seu desempenho e agir em conformidade nas urnas. O problema do eleitores neste caso especifico é outro: alternativas? Ao longo destes longos anos todos os que procuraram apresentar-se como alternativas seguiram um de dois caminhos:1) desistiram, perante a feroz batalha (nem sempre leal) que o senhor lhes apresentou, não estando disposto a enfrentar as consequencias do seu desafio.2) procuraram lutar com as mesmas armas, entrando num jogo onde não podem ganhar a AJJ, tornando-se verdadeiras anedotas ambulantes.Não vejo o porquê de considerar que estas eleições estão ganhas pelo PSD. Quando me vêm com o argumento das pessoas do campo só me fazem rir. O campo representará 10 a 15% do eleitorado madeirense. Também me apresentaram o argumento de que no Funchal muita gente trabalha para o governo e tem medo... até acredito que muita gente se sinta demasiado intimadada para falar, mas nas urnas, entre 4 parades sozinho, ninguém se pode sentir intimidado (a não ser que seja terminalmente parvo). Então porque é que o senhor vai ganhar as eleições? Pessoalmente não sei se vai, mas é esse o feedback que tenho recebido da ilha, e como estou um bocado distante só me resta acreditar. Sinceramente sempre fui um apoiante do trabalho do senhor (não tanto do estilo) porque acima de tudo sou pragmático e não acredito que qualquer outra pessoa tivesse feito tanto pela Madeira como se fez nestes longos quase 30 anos. Os clientelimos são uma externalidade que não desfaz a obra, com ou sem mamarrachos. Sinceramente estou à espera do candidato que diga: tenho muito respeito pelo que foi feito, mas este ciclo acabou e aproximasse um novo ciclo. É preciso manter muito do que está bom, e melhorar o que não está. Esse candidato teria o meu voto. Esse candidato poderia surgir de qualquer partidária (PSD inclusivé). Quanto ao acto especifico de se demitir para convocar novas eleições, não vejo nada de novo. AJJ sempre procurou obter os seus objectivos agitando as àgua, provocando polémica, e esta foi a forma que encontrou para fazê-lo (mais de 20 anos de de utilização da mesma estratégia já não lhe deixam muitas opções). Acima de tudo, AJJ é um candidato fortíssimo nas eleições porque o povo madeirense não é ingrato, e sabe o que ele fez pela ilha. Por esse mesmo motivo dificilmente será derrotado nas urnas por um candidato que entre directamente em confronto com ele, apenas por um candidato que permita uma transição tranquila e que respeite o trabalho feito. Digo que vai ganhar as eleições porque é esse o feedback que tenho recebido, mas se tal não acontecesse não ficaria totalmente surpreendido... afinal, também De Gaulle estava certíssimo que ao convocar um referendo sobre uma revisão à constituição o povo apoiaria o seu herói que coordenou a França durante e após a guerra. A profecia auto cumpridora só o é, quando acontece. Por muito que nós portugueses acreditemos que temos um fado, quando não acontece, não passa de uma hipótese que pareceu altamente provável em determinado momento no tempo. De Gaulle enganou-se...

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