O adeus presente de D. Teodoro Faria
Data: 11-03-2007
Foi com alegria que alguns madeirenses e grande parte do clero receberam a notícia da nomeação do novo bispo. Ontem foi o assunto nos cafés do Funchal, que seria D. Carrilho que iria separar as águas entre o poder político e religioso e terminar com a vergonha do Jornal da Madeira, que ainda é da diocese, e da construção de novas igrejas com o dinheiro público. Ao ouvir as conversas deixei muitas dúvidas, pois como hoje pergunta o sr. José Ângelo, será este bispo capaz de terminar com a promiscuidade da Igreja com o poder político, personificado nos barões do PSD-Madeira? Não o sabemos! Quem ficará ao lado do novo bispo para o aconselhar? Espero que não seja o actual secretário, pois ele ajudou a pôr à margem alguns padres, como o padre José Luís Rodrigues, que diz sem medo o que deve ser dito. Muitas perguntas se colocam e que só o futuro revelará. Mas neste adeus presente do bispo, D. Teodoro deixa um legado ao novo bispo catastrófico: diocese sem credibilidade junto dos jovens, escândalos sexuais de padres, alguns encobertos outros descobertos, como o caso do Pe. Frederico, padres a serem investigados pela Policia Judiciária por desvios de dinheiros, como foi noticiado pela imprensa escrita, no Centro Social de Ponta Delgada e São Vicente e Centro Social do Imaculado Coração de Maria, padres que criticam abertamente e escrevem contra o bispo, padres que se envolvem com o poder político para receber os euromilhões para construir igrejas que estão vazias, padres que não apresentam contas aos paroquianos, veja-se o caso da paróquia da Sé, a que pertenço, seguindo o exemplo do bispo que nunca apresentou contas aos seus diocesanos. E por fim, para culminar o seu trabalho de 25 anos, D. Teodoro não deixa o seu ministério livre e desprendido mas reconstruiu um palacete nos jardins do seminário, com o dinheiro dos pobres e incultos cristãos, que sempre que vão à missa na catedral, lá passa o saco sem fundo para pagar as despesas da diocese, e ainda teve pejo de mobilar a casa com os móveis deixados pela Dona Eugénia na Casa da Rua das Pretas. Deixo esta pergunta ao bispo: porque é que o bispo resignatário não foi para a sua casa em Santo António? A família não o deseja? Porque não faz como outros padres que se endividam na banca para comprar uma casa, porque a diocese nunca pensou neles na sua velhice, ou então em vez de gastar os 250 mil euros que se diz para o luxuoso "palacete reformado", não construiu uma Casa Sacerdotal, onde depois iria viver com os seus padres reformados? Mesmo no fim do seu mandato, o bispo continua a mostrar ao povo cristão madeirense que o evangelho para si é letra morta, porque não deseja seguir as palavras de Cristo, sede pastores pobres e humildes para serdes testemunhas do reino. Esperemos pelo novo bispo, mas com os olhos bem abertos porque são todos feitos da mesma massa.
Um comentário:
Excelente! muito bem escrito! de facto é uma vergonha o que se passa na Igreja e tenho pena dos "tristes" que ainda contribuem para a riqueza abastada dos padres...
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