Firmino Ferreira in DN (Madeira)
09-02-2007
Morrer com o mínimo de dignidade
Foi preciso dar quase uma volta à nossa ilha, para conseguir internar um familiar num Lar de 3ª idade, devido ao seu estado de saúde, assim como à sua idade já avançada. Depois de muito trabalho, em todas as portas onde bati, nada consegui. Na última que esta senhora deu entrada nas urgências do nosso Hospital central, passados quatro dias, lá recebi um telefonema a informar que a referida senhora teria alta. Alertei para o facto de a senhora não ter condições mínimas para voltar à sua casa, uma vez que vivia completamente só. De lares nem falar, uma vez que estavam todos superlotados. Do outro lado da linha pediram para me deslocar ao seu serviço, que possivelmente teria uma boa solução, ou seja, um lar para a referida senhora. Lá fui, e finalmente disseram-me que tinham um pequeno Lar para pôr cobro a esta situação, mas teria de pagar mensalmente (3) salários mínimos onde está incluído banhos, dormidas, comidas tratamentos de roupas, excepto medicamentos, e fraldas que são pagos à parte. Não pensei duas vezes, uma vez que este drama já se arrastava há 10 anos e era vontade expressa pela referida paciente. Agora deixo aqui uma pergunta a alguém de direito. Esta senhora, graças a Deus tem possibilidades financeiras. E quem não tem? Morre em casa ou num canto qualquer das nossas ruas? Tenho de reconhecer que alguma coisa foi feito nesta Região Autónoma, mas muito falta por fazer, em prol dos que durante muitos anos da sua vida deram o seu melhor, esperançados que os seus últimos dias de vida sejam tratados com a maior Dignidade, Respeito, e Carinho que tanto merecem. Quero dizer que nesta procura de um lar, visitei alguns. Entre estes, o que me causou espanto, pelas suas esmeradas condições higiénicas acolhedoras, e confortáveis, foi sem dúvida alguma o Lar da Cruz Vermelha Portuguesa. Votos sinceros para que nesta minha terra, onde se orgulha de ser a Melhor do Mundo para que num futuro muito próximo apareça mais Lares para a terceira idade.
18 comentários:
Esta é a nossa triste realidade. Quantos e quantos estão atirados para um canto à espera que a morte chegue!
Eu sei disto tudo porque a minha familia passou por uma situação semelhante...
Como é que se resolvia esta situação? Investido o € que está a ser gasto no aborto em lares de 3ª idade?
É uma questão muito delicada... Onde temos enfermeiros, funcionários especializados para isto tudo?
Só para chocá-lo baby_boy!
Eutanásia!!!
Pois... É socialista! Se a sua mãe tivesse um AVC... E ficasse incapaz de estar em casa sozinha e voce tivesse que cuidar... mas não podia porque trabalha... O que faria? Procurava um lar ou a matava?
Só para chocá-lo amsf!
Caro Sr. amsf,
A minha carta do leitor de hoje merece ser publicada aqui no seu blogue! Não é verdade?
Já que gosta de ir buscar as cartas do leitor e mostrar o que está mal... Olhe alguém a falar de algo que está mal!
Publique... eheheh
Espero que tenha gostado, penso que agora vão chover respostas...
Procurava um lar...o problema é que não há vagas para aqueles que vão cuidando dos seus idosos. Os lares privados são muito caros, as Santas Casas da Misericórdia não têm nada de misericórdioso e os lares públicos são para aqueles que têm coragem de abandonar os seus idosos. Neste caso premeia-se os que que abandonam os seus idosos.
Para sua informação tenho o meu sogro (91 anos) acamado em casa e a minha sogra vai a caminho, com a agravante de a minha mulher ser filha única.
A eutanásia não me choca desde que a decisão seja pelo próprio!
Já vi que o E.F. voltou a atacar no DN !
Só tenho uma coisa a dizer.
Dignidade a quem a merece!
Eutanásia!!!! Mas que tema tão quente. Um dia destes hei-de falar desta forma pouco humana, pouco reflectida, pouco séria, pouco tanta coisa de enfrentar os problemas da velhice, das doenças, da dor etc, etc.
Para baby-boy-swim de 27 de setembro, 9.32:
Li a carta do leitor sobre a Associação Recreativa e Lúdica da UMa, aqui verifico que a carta assinada EF é sua. Li e gostei. Aliás, assino por baixo também.
Só mais um pequeno aparte, eu sou socialista e sou contra a ideia da Eutanásia! Tem de haver outras soluções!
Integro um socialismo democrático, um socialismo que tem como valor essencial o direito à vida.
Eu tive a cadeira de Bio-ética e Biosegurança e foi tratado esse tema... Até tive conferencias com médicos... E digo sinceramente... Eu até sou a favor (até certo ponto) da Eutanasia... E pelo que o Médico disse... A eutanasia é praticada por alguns médicos em portugal...
Por exemplo a minha bisavó que morreu um pouco antes de vir para Irlanda, tinha 97 anos e estava acamada há 4 ou 5 anos... E eu não achava que aquilo era vida... Porque as minhas tias-avós não tinham vida própria... O que nessa situação quase que se pode dizer que foi um alívio para as minhas tias-avós... Toda a gente já esperava a sua morte... é de lamentar, mas que podemos fazer? No entanto explique-me como é que poderia convencer tais pessoas como as minhas tias-avós que morrer/matar (eutanásia) era a melhor escolha? Acha que uma pessoa que levou uma vida inteira a cuidar dos seus filhos, trabalharam como escravos... Merecem morrer dessa forma? Não me poderá dizer o que é a morte, nem descrever o que irá sentir quando morrer... Será mesmo um vazio?
E depois na Madeira ainda existe aquele preconceito de colocar num lar é abandonar o idoso... Quando isso é completamente errado... É dar uma oportunidade de viver com os seus "amigos"... O meu avô por exemplo está a ter dificuldade, porque foi uma pessoa sempre muito fechada, trabalhou como um escravo para esses "filhos da puta" que mandavam na Madeira e exploraram o Povo madeirense, e agora tem dificuldade em conviver com as outras pessoas, pois nunca foi dado a falar e ir para as tascas beber, a sua vida foi só trabalhar e trabalhar... Enfim... E esses que exploraram enganaram e escravizaram, pois nunca descontaram para a Segurança Social e tem uma reforma miseravel... Por isso eu defendo a "Madeira Nova", acabar com esses gajos como Welsh e etc...
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Quanto à carta do Diário... Fui eu que escrevi... Eu sou o E.F.
Mesmo que eu diga o meu nome, ninguém saberá quem sou... Sou um perfeito desconhecido na sociedade madeirense! Penso que o DNoticias não colocava a minha carta se eu dizesse podem colocar: "baby_boy_swim"
ehehehe...
Devia publicar no seu blogue a carta... Acho que diz mal... Como o senhor gosta... :D
a carta do leitor de hoje??
Só um comentário:
Deve ser pouco burro, deve.
Só não pensei que houvessem mais.
Se ao menos escrevesse sobre alguma coisa que soubesse....
Burro porquê?
Por dizer verdades?
Se calhar o burro é quem não quer ver!
Oh Sr. Marco... é lixado não se conseguir ver a realidade... Convido a ir à minha universidade!
Vem na edição de hoje um artigo interessante acerca disto que andamos a discutir...
E ainda falam que devemos pagar os abortos? Se calhar o Estado devia era pagar os medicamentos ou comparticipar ainda mais o medicamentos!
caro amsf o teu sogro já teve alta hospitalar dos marmeleiros mas ainda não o foste buscar porque?
So estás á espera que a segurança social te arranje um lar, paga 1000€ e já tens logo lugar para pores la o teu sogro , ou só estás á espera da herança dele, e ainda por cima têm tido tudo de borla da Segurança Social.
Cara "assistente social"!
Como bem sabe o meu sogro não é viúvo pelo que a sua esposa, em caso de morte, seria a herdeira. Se ele está há 15 dias no hospital foi porque uma sua colega nos disse que era a única forma de conseguirmos que ele fosse internado num lar e pagando. No entanto não está abandonado pois vizitamo-lo duas vezes por semana.
Para sua informação a minha sogra já não está em condições de cuidar do meu sogro pelo que, mais tarde ou mais cedo, também terá que contar com o vosso "generoso" apoio.
A minha sogra tem cuidado dele desde que acamou (desde há quatro anos) contando apenas com o apoio de uma única funcionária da Segurança Social, somente nos dias úteis, por volta das 10.00 h para mudar a fralda e lhe dar o que chamam "banho" e por volta das 16.00 para mudar novamente a fralda. Curiosamente a funcionária parece ter ordens superiores para não o fazer sozinha. A minha sogra tem que ajudá-la no entanto quando ela própria está sozinha tem que o fazer sozinha!!! Tudo o resto é feito por nós, barba, medicação, alimentação, roupa da cama,virá-lo na cama para não criar chagas, mudança de fraldas às 22:00 e quando acontece um "acidente". Aos fins de semana e feriados somos nós a fazer tudo pois a Seg. Social "fecha".
A "sua" Segurança Social, digo sua porque há pessoas que pensam que é um favor do Partido (PSD) e não um direito dá um pacote de fraldas (20) por mês e obrigam a que a minha sogra vá à Ponta do Sol na segunda Sexta-Feira de cada mês, entre as 10:00 e as 11.00, buscá-las. Grande sensibilidade, obrigar uma pessoa idosa que cuida de outra, sem carro, a se dirigir num dia preciso a uma hora precisa para levantar fraldas.
O vosso secretário regional, Jardim Ramos, especialista em gerontologia, deverá pensar que as famílias que têm idosos acamados em casa vivem à custa da Segurança Social.
Sei que a Seg. Social consegue as fraldas nos Machados por c/ de 0,53 no entanto um particular paga c/ de 0,87 por unidade. Um idoso necessita de um mínimo de 3 fraldas por dia pelo que a contribuição das Seg. Social, em fraldas, corresponde apenas a um quarto das necessidades. Também sei que há quem receba mais...há quem ache que por mexer na massa tenha o direito a se lambuzar...
amigo não sou assistente social sou uma pessoa da freguesia que sabe mais ou menos o que a tua sogra tem feito para não cuidar do teu sogro até atestados falsos ela quis arranjar.
Como é evidente sei que não é assistente social e sei que será uma pessoa da Madalena do Mar.
Não sei que idade é que pensa que a minha sogra tem, não sei se conhece a situação clínica da minha sogra e não sei se tem experiência de cuidar de pessoas idosas acamadas. O que sei é que se tivesse esses conhecimentos e essa experiência não poria em causa a honestidade dela.
Sogra é sogra...lol...mas neste contexto ninguém tem moral para a críticar.
Aliás, há por aí umas pessoazinhas, peritas em violência psicológica contra pessoas que não se conseguem defender que deviam pensar duas vezes antes de abrir a boca.
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