O intocável arqueólogo
Data: 10-08-2007
Data: 10-08-2007
Nos últimos meses tem vindo a público uma série de troca de palavras entre as duas Associações de Arqueologia da Madeira (CEAM e ARCHAIS) e a DRAC. Tais manifestações, às quais o público em geral não as compreende, já remontam da antiguidade, mais precisamente aos finais dos anos 90, altura em que regressaram à Madeira recém-licenciados em Arqueologia. A "guerra" inicia-se nessa altura, aos olhos de alguns, a DRAC seria o berço para esses recém-licenciados, mas como não o fez, viu-se confrontada com uma série de calúnias, falsidades, deturpações vindas a público desde então até ao presente. O "tacho" não foi ocupado por nenhum "animal" de estimação, como por vezes são denominados os Funcionários Públicos. Alguém ficou com uma espinha encravada na garganta e, até à data de hoje, não há maneira de a retirar! A manipulação e os conhecimentos amistosos nos meios de Comunicação Social de um responsável pela única Associação existente fazem com que se dê grande destaque e sensacionalismo à Arqueologia praticada na RAM desde os finais dos anos 90. Por diversas vezes vieram a público notícias em grande destaque de pequenas intervenções levadas a cabo em diversos Concelhos da Região por essa Associação, única até então na RAM, todo e qualquer acto insignificante tinha notícia, dezenas de artigos foram publicado nos diários locais, e até algumas entrevistas na TV local. A importância da Arqueologia crescia energicamente, pena era que o principal responsável por essa associação não crescesse não em tamanho, mas na postura, autenticidade e imparcialidade dos factos. O público em geral aplaude pequenas escavações feitas até então em cima do joelho, tudo foi notícia, tudo corre bem, a pureza e a falta de conhecimentos da opinião pública fazem com que a veracidade científica seja constantemente espezinhada e ignorada pelo sensacionalismo e inviolabilidade da Associação existente. Diversas escavações foram realizadas, principalmente no Concelho de Machico, a Arqueologia estava a crescer cada vez mais, mas um assunto era tabu, os custos, os quais pareciam boa vontade e de espírito voluntário, até inocentes criancinhas escavavam e sujavam as mãos, fazendo lembrar tempos idos da velha revolução industrial, os pais até gostavam, desconhecendo os perigos iminentes dessa ocupação manufactureira bem paga e rentável. Que ridículo digo eu, passados dez anos o mesmo Senhor continua pequeno, de espírito! Mentalmente não cresceu, não evoluiu, a sua atitude mantém-se exactamente a mesma, persistindo em denegrir a instituição DRAC e seus funcionários, atacando sistematicamente de forma sorrateira, falsa e mentirosa em diversas frentes. Presentemente e passados longos anos, a Lei de Bases do Património Cultural Português, parece-me que começa a ser aplicada, finalmente! Passa a ser exigido a quem escava "ordem", rigor, veracidade, ao contrário da "balbúrdia" atabalhoada que era praticada num passado recente. O problema reside exactamente aqui, presentemente existem duas Associações de Arqueologia, por outro lado, sempre existiu legislação que coexiste com uma tutela, onde a qual verifica a aplicação dessas mesmas normas legais, para bem do Legado do Património Cultural, e, para que o trabalho tenha um mínimo de qualidade científica exigida pela comunidade científica. Assim, para que não se cometam mais "abortos", como é o caso do Solar do Massapez, há que ser exigente e intransigente com aqueles que desenvolvem trabalhos na área do Património. Meus Senhores, pelo exposto acabaram-se os INTOCÁVEIS DA ARQUEOLOGIA.
10 comentários:
looool, sinceramente essas coisas de arqueologia deixam muito a desejar ai na Madeira... Inventa-se muito, e faz-se muito show...
Uma abstenção que é resposta
Qual o mistério do voto do PS na moção de censura ao Governo regional, sobretudo depois do discurso violento de Vítor Freitas sobre a pobreza que indiciava claramente uma sintonia entre PS e PCP?
Caro Luís Filipe Malheiro ou alguém que usa os seus textos sem colocar as devidas referências,
Não lhe sei responder mas provavelmente é uma continuação das tácticas de curto prazo que nunca deram resultados mas parecem ainda entusiasmar certas pessoas. Mas isto é a opinião de um "extremista" que já não credita nas tácticas convencionais. Situações extraordinárias requerem tácticas não convencionais!
o xibo da netmadeira só podia ser súcia. merdoso que só porque não tinha netmadeira na tasca do pai queria xibar o xdrive! és mesmo como o vilão de são jorge. um frustrado de merda!!!!
O que a tecnologia faz! Permite que macacos venham para aqui grasnar - sem querer ofender os patos - sem que se perceba do que falam e para quem falam!
O ano de 2007 foi particularmente activo em matéria da actividade arqueológica. Apesar do incremento dos trabalhos arqueológicos, a gestão do património regional carece de regulamentação e de disponibilização orçamental. Para um leitor mais ao menos atento, importaria relembrar quatro aspectos essenciais que diagnosticam a situação actual:
1- Falta de legislação: Por força da Lei n.º 19/2000 as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, através das assembleias respectivas, deveriam promover (no prazo de 180 dias) os indispensáveis decretos legislativos regionais relativos à realização de trabalhos arqueológicos, terrestres e subaquáticos. Infelizmente, só a Madeira – que se gaba de regionalizar e adaptar a sua memória cultural – não produziu legislação de enquadramento.
2- Falta de recursos financeiros: A mesma Lei n.º 19/2000 remete ainda para as Regiões Autónomas o dever e a competência de garantir meios orçamentais para o exercício da actividade arqueológica. A Lei 107/2001 (Lei de bases do Património) e o Decreto-Lei n.º 270/99 (regulamento de trabalhos arqueológicos) definem que a tutela deverá abrir, anualmente, e com uma publicitação adequada nos órgãos de comunicação social, candidaturas para o financiamento da Arqueologia. Resultado: no papel timbrado da DRAC lia-se: “PRTA” (por analogia ao Plano Nacional de Trabalhos Arqueológicos). Solicitados a “traduzir” a sigla, a tutela engasga-se e explica que foi “um lapso”. Na legislação Lê-se: “Constitui particular dever do Estado e das Regiões Autónomas aprovar planos anuais de trabalhos arqueológicos”
3- Trabalhos arqueológicos: O solar do Massapez, a Sé do Funchal e o Forte de São Baptista foram os visados em matéria de trabalhos arqueológicos, no ano de 2007. O investimento na fiscalização da actividade individual é uma estratégia acertada, na disciplina e no rigor científico. Mas a Arqueologia é muito mais que isso.
4- Fiscalização, prevenção e sensibilização: Com a revisão da lei orgânica, a DRAC foi praticamente esvaziada das suas competências em matéria de intervenção no campo arqueológico. Actualmente o modelo de intervenção resume-se ao paradigma da fiscalização da actividade do arqueólogo, sendo praticamente inexistente a actividade de sensibilização, salvamento e estabelecimento de regimes de protecção de monumentos ou sítios com interesse arqueológico. Quer-se com isto afirmar que há um manifesto desequilíbrio na acção daquela direcção regional, sobretudo na ausência de uma política de prevenção, salvamento e apoio à gestão do património arqueológico. Exemplos: não se fiscalizam as obras realizadas em sítios de interesse arqueológico, com irreversíveis perdas de património (veja-se o exemplo da obra do CEHA e o da Rua dos Ferreiros, na vizinhança da própria DRAC); não se sensibilizam os promotores das obras a cumprir a legislação, nomeadamente a necessidade do acompanhamento arqueológico e a garantia dos trabalhos arqueológicos de emergência. Resultado final: quando tal acontece, por iniciativa da sociedade organizada em cidadania, a atitude da administração do património cultural é infelizmente subversiva. Em vez de colaborarem activamente no desígnio da salvaguarda e do reconhecimento da intenção patrimonial, conduzem os meios para a teorização da iniciativa da cidadania, cientes das próprias limitações de actuação. Há, infelizmente, uma indiscutível falta de discernimento na distinção entre aquilo que é o essencial e aquilo que é meramente acessório.”
Aurélio Canha
"A Carta do Património Arqueológico da Madeira, cuja elaboração estava prevista no programa do governo regional para o mandato findo, continua por elaborar. À espera de publicação está também a nova lei do património, de cuja posterior adaptação dependem os necessários recursos humanos e orçamentais necessários à realização dos inadiáveis levantamentos do meio aquático neste arquipélago, de grande potencial arqueológico como ilha atlântica na encruzilhada de importantes rotas marítimas.
A esta conclusão chegaram os participantes do primeiro Seminário de Arqueologia do Meio Aquático da Madeira, reunidos no último fim de semana, em Machico. A lei 19/2000 define como competência das Regiões Autónomas a "adopção de medidas necessárias e indispensáveis para a realização de trabalhos arqueológicos, terrestres e subaquáticos, e para o levantamento, estudo, protecção, conservação e valorização do património cultural arqueológico, terrestre e subaquático, móvel e imóvel". No entanto, a Madeira não está dotada de recursos humanos e orçamentais para o efeito.
Na Madeira, ao contrário dos Açores, a Direcção Regional dos Assuntos Culturais não contempla conteúdos e serviços na área da arqueologia, apesar de a respectiva lei orgânica atribuir a este departamento governamental a competência de "planear e promover a pesquisa, cadastro, inventariação, classificação, recuperação, conservação, protecção e salvaguarda dos bens imóveis que, pelo seu valor histórico, artístico, arqueológico constituam elementos do património cultural existente na região".
Ao vazio jurídico denunciado no seminário por Élvio Sousa, da Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira, o jovem arqueólogo Duarte Henriques junta também a falta de orientação tutelar e científica para evitar que se continue a assistir a atentados contra o património perpetrados em nome do desenvolvimento. "As grandes obras fazem-se muitas vezes à custa de grandes crimes no campo da arqueologia", lamenta, ao exemplificar com a descaracterização da praia dos Reis Magos, no Caniço.
Tendo como ponto de partida uma introdução à diversidade de sítios arqueológicos reveladores de actividades humanas relacionadas com o meio aquático, Luísa Blot destaca o potencial arqueológico da Madeira, um caso particular de ilha atlântica na encruzilhada de rotas marítimas diversas. "Entre os casos paradigmáticos das rotas atlânticas da época colonial, a Madeira define-se como uma plataforma de contactos em que o interface mar/terra corresponde a zonas de grande potencial arqueológico associável quer a sítios de naufrágios, quer a sítios portuários", frisa este membro do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, acrescentando que a especialização dos espaços portuários surge ainda como ponto de partida de uma investigação em paralelo, nas áreas da cartografia e da iconografia.
As ilhas do Porto Santo e da Madeira, lembra Alexandre Brazão, foram os primeiros sítios descobertos, onde ainda ninguém havia posto pé, com intuito de as colonizar. Não tendo sido ocupadas sistematicamente antes dos portugueses, torna-se importante e urgente, conclui este arqueólogo, resolver enigmas relacionados com a cronologia de certos objectos encontrados no meio aquático para uma melhor compreender a vida de todos os que aqui habitaram ao longo de quase seis séculos. "
T Nóbrega Público
Parece-me que ams é amigo próximo de Aurélio, acanhado, e indiscretamente um personagem desconhecido dos demais. Concordo que a Arqueologia esteja a incomodar muita "mosca", sobretudo as oriundas de Santana...
Daniel S
Coitadinho do AMS, um textozinho bateu-lhe na casinha dos "manos". desse modo, escolheu uma vingaçazinha bacoca, coitadinho...
este ainda anda aqui, já não engoliu de enfiada o que copoiu dos outros, coitado
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