Miguel Fonseca in DN (Madeira)
Notas de Verão
Data: 22-08-2007
1. A "sedição dos delfins" tem já um mérito. Viu-se claramente, visto que, seja qual for a perspectiva política em que nos coloquemos perante Alberto João Jardim, nenhum deles tem competência para continuar o legado autonómico e político do líder histórico do PSD.
2. Segundo a douta opinião de Ricardo Vieira, o PS não tem moral para criticar a Câmara. Se o direito de fazer oposição fosse tão-só uma questão de moral, o mundo estaria cheio de ditaduras. Moralismos à parte, o que é que efectivamente Ricardo Vieira pensa da gestão autárquica do edil que dirige o município do Funchal há vários mandatos? Há também outros edis da oposição de quem se esperava que falassem mais alto.
3. Não sou um político profissional nem está no meu horizonte nenhuma liderança partidária, mas não posse estar mais de acordo com Raimundo Quintal. Com esta campanha contra os políticos, e nomeadamente os autarcas, esquece-se a máquina administrativa, onde está situado o verdadeiro poder. Já Eisenhower denunciou o poder efectivo que era detido pelo complexo industrial e militar americano, independentemente das administrações serem democratas ou republicanas, o que dá origem ao que se poderia chamar a "ditadura nuclear " impondo-se à democracia formal, responsável por muitas guerras em que os americanos se metem.
4. Para além da acutilância da jornalista, a quem saúdo, na entrevista ao Presidente da Câmara, era bom que os entrevistadores portugueses vissem mais as televisões estrangeiras para que percebessem que a interrupção sistemática dos entrevistados não contribui para o esclarecimento.
5. No dia em que o homem chegou à Lua, o telejornal da RTP abriu com mais uma das triunfais visitas do Venerando Chefe de Estado, Almirante Américo de Deus Rodrigues Thomaz. No dia em que a oposição camarária anuncia que vai pedir o "impeachment" do executivo municipal, a Televisão da Madeira abre o telejornal com uma outra notícia, certamente importante, e deixa a questão para as calendas do alinhamento. Mudam-se os tempos, mas [na Madeira] não se mudam as vontades. É muito provável que, se a oposição apresentar na Assembleia uma moção de censura, a nossa querida televisão abra com uma exposição canina ou felina. Parece-me bem. Eu gosto dos bichos, como o Miguel Torga.
6. 30 anos e Chãos da Lagoa depois, ainda nenhum líder da Oposição fez esta pergunta ingénua ao líder do PSD: "Olhe, que "caminho" é aquele a que se refere quando diz que seguiremos "outro caminho" se Lisboa não nos ouvir?" (É por essas e por outras que são 30 anos).
7. O pedido de audiência de João Carlos Gouveia ao Presidente do Governo é um erro colossal do ponto de vista da estratégia e do discurso do novel líder do PS. E, o que é pior, é que ele não estava à espera da recusa. É o que eu digo: João Carlos Gouveia não tem competência para executar a sua própria estratégia política. E o "Bando dos Quatro", o que diz a isto?.
2. Segundo a douta opinião de Ricardo Vieira, o PS não tem moral para criticar a Câmara. Se o direito de fazer oposição fosse tão-só uma questão de moral, o mundo estaria cheio de ditaduras. Moralismos à parte, o que é que efectivamente Ricardo Vieira pensa da gestão autárquica do edil que dirige o município do Funchal há vários mandatos? Há também outros edis da oposição de quem se esperava que falassem mais alto.
3. Não sou um político profissional nem está no meu horizonte nenhuma liderança partidária, mas não posse estar mais de acordo com Raimundo Quintal. Com esta campanha contra os políticos, e nomeadamente os autarcas, esquece-se a máquina administrativa, onde está situado o verdadeiro poder. Já Eisenhower denunciou o poder efectivo que era detido pelo complexo industrial e militar americano, independentemente das administrações serem democratas ou republicanas, o que dá origem ao que se poderia chamar a "ditadura nuclear " impondo-se à democracia formal, responsável por muitas guerras em que os americanos se metem.
4. Para além da acutilância da jornalista, a quem saúdo, na entrevista ao Presidente da Câmara, era bom que os entrevistadores portugueses vissem mais as televisões estrangeiras para que percebessem que a interrupção sistemática dos entrevistados não contribui para o esclarecimento.
5. No dia em que o homem chegou à Lua, o telejornal da RTP abriu com mais uma das triunfais visitas do Venerando Chefe de Estado, Almirante Américo de Deus Rodrigues Thomaz. No dia em que a oposição camarária anuncia que vai pedir o "impeachment" do executivo municipal, a Televisão da Madeira abre o telejornal com uma outra notícia, certamente importante, e deixa a questão para as calendas do alinhamento. Mudam-se os tempos, mas [na Madeira] não se mudam as vontades. É muito provável que, se a oposição apresentar na Assembleia uma moção de censura, a nossa querida televisão abra com uma exposição canina ou felina. Parece-me bem. Eu gosto dos bichos, como o Miguel Torga.
6. 30 anos e Chãos da Lagoa depois, ainda nenhum líder da Oposição fez esta pergunta ingénua ao líder do PSD: "Olhe, que "caminho" é aquele a que se refere quando diz que seguiremos "outro caminho" se Lisboa não nos ouvir?" (É por essas e por outras que são 30 anos).
7. O pedido de audiência de João Carlos Gouveia ao Presidente do Governo é um erro colossal do ponto de vista da estratégia e do discurso do novel líder do PS. E, o que é pior, é que ele não estava à espera da recusa. É o que eu digo: João Carlos Gouveia não tem competência para executar a sua própria estratégia política. E o "Bando dos Quatro", o que diz a isto?.
2 comentários:
Reparo que é um fã do seu colega de partido!
Não sou fã de ninguém, nem tenho ídolos. Os outros só são grandes quando nos pomos de joelhos ou nos agachamos!
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