domingo, 16 de setembro de 2007

Porto Santo Line: monopólio!


José Rosado in DN (Madeira)
19-01-2007

Porto Santo Line

Entendo que é dever de qualquer cidadão contestar, com argumentos válidos, quando lesado nos seus direitos. Isto a propósito da operacionalidade do navio 'Lobo Marinho' na ligação marítima entre a Madeira e Porto Santo.
1- É sabido que a Porto Santo Line é concessionária da linha Madeira/Porto Santo por via marítima, tendo a obrigação de prestar serviço de transportes de passageiros, diariamente, salvo em situações imprevistas e/ou pontuais, o que não é o caso.
2- É sabido (pela comunicação social) que a Porto Santo Line terá tentado substituir o 'Lobo Marinho' por outro navio o que só seria possível a elevados custos. Quer isto dizer que o equipamento existia, mas que a Porto Santo Line não quis assegurar a continuidade do transporte marítimo, como é sua responsabilidade, porque é caro. E que culpa temos nós? A linha não é vossa?!. 3- Reconhecendo e louvando a iniciativa da Porto Santo Line no sentido de dotar a linha com um bom equipamento e anteriores bons serviços ter prestado, não é de esquecer que caro também nos é o 'Lobo Marinho' não só no sentido de desejado como também se equacionado o que cada cidadão, indirectamente, contribuiu através do erário público (fundos comunitários e da RAM) em percentagem bastante significativa. Consta que mais de 70%.
4- Até é de admitir que a Porto Santo Line considere que a má solução encontrada (naturalmente a que mais convém à empresa) de enviar passageiro do mar para o ar trará poucos inconvenientes aos porto-santenses, pois em vez de 2 horas e meia de viagem serão só 15 minutos, sem custos acrescentados. Mesmo que fosse verdade (que não é) a Porto Santo Line, simplesmente, não cumpre o «caderno de encargos». E num país democrático, logo de direito, existem regras. Se não são para cumprir, que país de direito e democracia é esta? Parece que no futuro, quem quiser fugir às responsabilidades, basta dizer: Haver, há/mas é caro....
5- A Porto Santo Line não equacionou os transtornos de ordem económica (restauração, similares e transportes locais) os reflexos de ordem social (custos adicionais e falta de alternativa numa ilha e isolada) e principalmente a falta de respeito aos porto-santenses com promessas não cumpridas. E já diz o povo: «Quem mente vai para o inferno».
6- E como se o já exposto não fosse suficiente para justificar o protesto, constatámos ainda o que se considera o mais absurdo. Isto é, os passageiros pagos pela Porto Santo Line para viajarem de avião só o poderão fazer no voo da tarde (correspondente à hora de saída do navio para o Funchal) ou no voo da manhã (correspondente à saída do navio para Porto Santo. E se for às terças-feiras? Nem para lá nem para cá porque é dia de folga do 'navio'. Quer dizer que o suposto como vantagem, ou seja, podermos ir e voltar no mesmo dia, gorou-se agravando ainda mais esta desagradável, prejudicial e muito contestada situação. Desta vez a Porto Santo Line prestou um péssimo serviço ao Porto Santo. Mas que remédio temos nós se não recuarmos no tempo e, na vigia do baleeiro, tentarmos ver no horizonte a bandeira negra da 'nau pirata' em socorro da nação sem 'pátria' nem 'independência', onde cada um procede conforme lhe for mais proveitoso?.

2 comentários:

Rui Caetano disse...

E temos que nos sujeitar a isto? Mas que remédio, parece que ninguém tem interesse em resolver o problema. O Zé povinho é que sofre.

amsf disse...

A questão não é apenas de monopólio mas de incumprimento de um acordo por parte da Porto Santo Line com a cúmplicidade do Governo Regional!