terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Deus ao serviço do marketing político !

Mário Mascarenhas Alencastre in DN (Madeira)


Deus
Data: 31-07-2007


Goste-se ou não, os Estados Unidos da América continuam a ser o país mais rico do planeta. A presença de Deus verifica-se na própria moeda, o dólar, onde está escrito "confiamos em Deus". Qualquer presidente, não importa a sua própria religião, ao fazer um discurso à nação, ao povo americano, termina sempre: "Que Deus abençoe a América". Nenhum político, candidato a um lugar público, inclusive a Presidência da República, declara ser ateu, agnóstico. Os americanos não o elegem (ao contrário de Portugal!!). Existem inúmeras religiões, seitas, algumas até bizarras. Contudo, Deus está sempre presente nos americanos, seus políticos e líderes. Vejamos Portugal. Alguma vez ouviram Presidente de Câmara, Primeiro-Ministro, Presidente da República dizer "Que Deus abençoe Portugal"? Nunca ouvi. Na América existe separação Religião - Estado há mais anos que Portugal, mas nenhum político tem vergonha, receio de invocar DEUS. Em Portugal é TABU. Penso e acredito que qualquer sistema político-económico onde Deus é "esquecido" não terá sucesso, êxito, apenas questão de tempo. Vejam o que aconteceu na Europa de Leste. Os portugueses, na sua maioria, pedem ajuda, invocam Deus para os seus problemas, doenças, aflições. Porque é que os nossos políticos e líderes não o fazem publicamente, para Portugal e a sua população? Responda quem souber.


8 comentários:

Anônimo disse...

É algo sem duvida interessante... mas diz um mandamento o seguinte: não invocarás o nome de Deus em vão... hehe, isto quer dizer que pra parvoices políticas, não se deve chamar o nome de Deus, porque cá embaixo na parvónia mandam os homens, e lá encima manda ele...

Unknown disse...

Pois é verdade... Os americanos têm mesmo a religião muito presente.

Aceitam que existam várias religiões e não têm muitos conflitos inter-religiosos. Inclusive votam num candidato a presidente de outra religião, mas todos os candidatos têm de ter uma religião...

É incrível que nos estudos de opinião exista sempre a categoria "evangélico ou renascido " (new born), para referenciar os convertidos.

É impressionante a sua força, sobretudo no partido Republicano, e a sua organização.

Os evangélicos têm rádios, tv, editores, artistas musicais para a comunidade. Enfim, são uma comunidade com vida própria e ainda por cima têm filhos como coelhos... É a vontade de Deus...

amsf disse...

Os EUA, como colónia, na sua génese tiveram motivos religiosos. Os ingleses que fundaram as primeiras povoações costeiras na América eram essencialmente puritanos perseguidos que procuravam uma nova terra onde pudessem fundar a nova Jerusalém. À semelhança dos judeus que foram para a Palestina e fundaram Israel, toda aquela religião não os impediu de cometerem os maiores crimes em nome de deus. A religiosidade americana e toda a cultura associada não impediram o quase genocídio dos índios, a escravatura dos negros, a discriminação racial legal até aos fins dos anos 60, o constante estado de guerra em política externa, mesmo antes e depois da guerra fria. Deus mais do que origem do bem acaba por ser justificador do "mal".

Se os líderes americanos têm deus na ponta da língua é apenas porque sabem que a opinião pública só pode ser manipulada através das emoções e deus (o deus de cada um) é fonte de emoções. Nos EUA este histerismo religioso hipócrita mantém-se e ganha força na sequência de um longo período de guerra fria em que o inimigo era apontado como ateu. A fobia ao ateísmo penso ser consequência de toda a propaganda veiculada durante a guerra fria e por os imigrantes que os EUA acolheram nos últimos 150 anos serem provenientes das camadas mais pobres dos países de origem e por os pobres terem uma maior propensão para a religiosidade.

amsf disse...

Por outro lado foram grupos minoritários religiosos que iniciaram nos EUA a campanha contra a escravatura e apoiaram a fuga de escravos para o norte do país e Canada (o comboio subterrâneo?), que deram dinâmica ao movimento dos direitos cívis, que se manifestaram contra a corrida armamentista (nuclear) no início dos anos 80, que se manifestaram contra as intervenções e apoios a ditaduras da América central também nessa década(Reagan) e mais recentemente também tiveram grande intervenção nas manifestações contra a guerra do Iraque.
De acordo com estes exemplos a religião tem a sua utilidade como despertadora dos sentimentos mais humanos e encorajadora de movimentos de revolta no entanto torna-se perigosa quando se põe ao serviço do poder ou de fanáticos nihilistas!

100 papas e 100 medo disse...

Achei interessante este artigo, mas nao conordo com a sua mensagem. Sera Deus que vai ajudar a melhorar a situaçao económica e cultural deste País? Nao me parece. É muito fácil incoca-lo nos EUA pois eles sao os nº1 e para caso alguns q ainda nao o saibam, os EUA sao tb muito conhecidos pelos seus fanaticos religiosos(na maior parte dos casos, de seitas cristãs), para alem do facto de serem falsamente conservadores. Em Portugal isso nunca vai acontecer, e se a situação piorar nos proximos anos, será mesmo caso pra dizer "fia-te na Virgem e não corras...!"

il _messaggero disse...

O percurso de formação do país ajudam a explicar e muito esta tendência como o sr.amsf explicou...assim como explicam o sentimento "the choosen ones" e o sentido messiânico da sua política externa* - em especial depois da IIªguerra Mundial...

*[antes vingava a teoria Monroe - presidente americano do início de séc.XIX que consistia numa teoria isolacionista de não intervenção e interferência em assuntos externos, assumindo a América do Sul como seu quinatl de influência - daí o fracasso da sociedade das Nações no pós IºGuerra tendo sido vetada a entrada do país pelo Senado que era dominado por fortes defensores desta teoria]

Anônimo disse...

É alexandre(o), tens de aprender a escrever português primeiro, para então chamares burros aos madeirenses.

Anônimo disse...

Subscrevo na íntegra esta última opinião. Estes "gajos" passam a vida a dar "calinadas" e ainda vivem a chamar os outros de burros!
Pai, perdoai-lhes!